22/06/07
São João... bah
Não gosto muito da festa de S. João. Porque é uma noite chata e em que toda a gente anda histérica de um lado para outro, com um alho-porro na mão e martelo a exorcizar stresses e frustrações. Eh pá. Assim não me distingo, passo a fazer parte de uma massa indiferenciada com um arzinho tresloucado. A sério, experimentem analisar friamente as expressões do pessoal que anda a fazer o percurso Avenida dos Aliados, Ribeira-Foz e digam-me qualquer coisinha. Sei que vão dizer alegria. Bah, é muito vinho e cerveja naquele corpo que provoca aquele ar de boa disposição. E como é que pode? Com tanta martelada, aperto, calcadelas, cheiro pavoroso de sardinha assada, dizer que se passou uma boa noite. Eu tentei por várias vezes, anos, fazer a experiência de me divertir no S. João e foi piorando. E chega a uma altura em que é preciso dizer basta e arranjar novas opções para a data. Vou contar algumas das minhas experiências. Numa delas optei mesmo por beber grandes quantidades de bebidas alcoólicas para não sentir frio ou o cansaço típico de quem está horas ininterruptas a andar. Regra geral acabava sempre por “virar o barco”, algures no percurso e daí vinha a ladainha das lamentações. Depois houve anos em que decidi estar a noite lúcida, nada de bebidas ludibriantes, mas era uma grande seca e por vezes mesmo assustador. Ela ver gente quase a atirar-se ao rio, a martelar descompassadamente as cabeças como se tivessem num concurso “quem dá mais pancadas por minuto”. Outros seres animalescos que aproveitavam para rondar jovens indefesas e dar-lhes uns valentes apalpões enquanto davam marteladas. E apesar de ter boa companhia nestes doidos percursos, ora grupo de amigos, com algum espécimen masculino para ajudar nas situações complicadas, mas nunca ajudava muito, ou mesmo namorado que seria o potencial defensor de todas atrocidades. Verdade seja dita, o resultado era sempre o mesmo, uma noite mal passada. Aquela frustração de não me ter divertido. O pior ano, foi há 10 anos, andava eu na Faculdade. Xiii, sei, tenho idade avançada, mas olhem que não. Nesse ano, acabei a madrugada quase a manhã, na praia da Luz a fumar um cigarrito enquanto tentava dançar, quando vindo do nada, um espertalhão, lança um martelo enorme que me vai bater literalmente no rosto. Fiquei possessa, fui lançada em direcção ao rapaz e bati-lhe tanto com o martelo que ele fugiu de mim. Os meus coleguitas e companheiros dessa fatídica noite, ficaram assustados. Até eu. Quase que me candidatei a levar um enfardamento. O que como pessoas bravas e destemidas nos fez em escassos segundos, acelerar o passo fora dali. Mas eu fui o caminho todo a remoer que o outro me iria encontrar e que não deveria estar bem da cabeça. Mas depois de fazer o percurso Ribeira Foz, duas vezes e de desejar desesperadamente deitar-me e ressonar algures, não era para menos. Mas para acabar/ iniciar em beleza o dia deste santo padroeiro, apercebi-me que apanhei pulgas pois estava toda cheia de picadelas e borbulhas e com muita comichão. Refira-se que ainda matei uma rechonchuda cheia de sangue. Moral da estória? Não posso sair na noite de 23 para 24 de Junho, pois corro sempre sérios riscos de enlouquecer. E que vou fazer em 2007, nessa noite fantasmagórica de muito alho-porro e martelo psicopata? Nem queiram saber… Aliás saberão no próximo comentário, caso seja possível publicar sem riscos de censura.
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1 comentário:
MINHA QUERIDA CUNHADA,
NÃO TE PREOCUPES COM A NOITE DE S.JOÃO, NÃO É ELA QUE TE VAI ENLOUQUECER, OU MELHOR, NÃO FOI ELA QUE TE ENLOUQUECEU... UUHM! UUHM! SE CALHAR ATÉ FOI, EMBORA EU SEMPRE TENHA PENSADO QUE TINHA SIDO A QUEDA DO BERÇO QUANDO TINHAS APENAS UM ANO. BEM, SE CALHAR ATÉ TENS RAZÃO, AFINAL DE CONTAS NINGUÉM MELHOR DO QUE O PRÓPRIO DOIDO PARA SABER QUEM (OU O QUÊ) O DEIXOU NAQUELE ESTADO.
LOL...LOL...LOL...
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