Primeira pergunta – o que é um preço catita? É um valor quase de saldo que soa a gratuito em que se dispensa o objecto sem gastar grandes quantias pecuniárias. Repaeam que nem questionei o possível espanto/ incompreensão por colocar os meus pais à venda ou para aluguer, pois estou certa que não sou a única a precisar de fazer nova aquisição. Os meus pais deveriam ser temporariamente (para não dizer definitivamente) demitidos por incumprimento das suas funções. Dever-lhes-ia ser imposto um estágio intenso para adquirir novas ferramentas básicas de relacionamento interpessoal de cariz afectuoso. Que se passa? O de sempre. Nos momentos em que preciso de uma palavra de incentivo são os primeiros a desmotivar e a fragilizar-me. Às vezes é muito duro fazer de conta que não se ouve e seguir o meu caminho. Mas esta é a única hipótese de sobrevivência, nomeadamente quando não existe retaguarda optimista de apoio. Pois tudo se resume a isso, são dois espécimens negativos e pessimistas. Um êlixir para a insegurança e para a lágrima e ranho crónicos. Se quiserem pedir uma opinião, não lhes peçam. Se tiverem de solicitar um favor, pensem bem. Se calhar é melhor optar pela vossa lista de contactos. E se não houver ninguém aí sim, lá terão de recorrer a eles. Alerta – os meus pais mais cedo ou mais tarde cobram com sentimentalismo exacerbado o favor prestado. Inércia é o conselho deles. A estória favorita para fazer massacre psicológico é a fabula da formiga e da cigarra. Eu acho que para eles devo ser a cigarra, eles simplesmente insinuam. Mas serei? Na verdade, morro de tédio de cantorias e de não fazer nada. Mesmo em férias organizo o meu tempo para tornar o dia bastante rentável. Mas se os pais dizem, é porque lá sabem e conhecem a essência da coisa... E chateia muito essa opinião.
Consegui muita coisa sozinha e comparativamente aos que me são próximos, fiz mesmo muito, escalei uma montanha. Sempre me julguei tão pequena, mas sou bem mais do que penso ser e do que os outros vêem. Ás vezes tenho medo das alturas e da vontade de fazer outro caminho. Neste momento estou em direcção a outra montanha e como sempre não tenho sombra nem árvores, embora as procure sempre. Simplesmente sei que um dia chegarei a um lugar onde elas existam.
É caso para dizer que sou uma alpinista e que isto soa mesmo muito mal.
Preço catita pelos meus pais e não aceito permutas, pois calculo que não sou a única filha de uma família disfuncional.
25/08/07
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