A emoção de ter gatos
Pêlo, muito pêlo espalhado pela casa. Adeus roupas escuras com ar impecável. O pêlo entranha-se, infiltra-se em todos os compartimentos e descobre a roupinha limpinha e conspurca-a com a sua indelével marca. Não há ninguém que não tenha ido lá a casa e tenha saído impoluto nas suas vestes.
Os brinquedos (das gatas) passam a vida espalhados pela casa e se não estão, é porque algo se passa. Aqui fico com receio que descubram outros objectos e os transformem em brinquedos. Mudar a areia do WC delas é outros dos rituais quase que quotidianos. E se por algum motivo a areia está muito porca, elas vêm ter comigo reclamando com um característico miar, incitam-me a acompanhá-las até ao local e aí percebo se é falta de comida, água ou a areia que precisa de ser renovada. E quais as vantagens? Enchem a casa de alegria, com as suas piruetas, são muito meigas e afectuosas e transmitem-me através do olhar e pequenos gestos o seu amor e reconhecimento. São bastante autónomas e independentes. Elas compreendem que a “mãe” nem sempre está em casa e que isso é normal. E eu compreendo que elas gostam de passar o tempo a fazer longas sestas.
O problema maior são as boas maneiras que não existem. Desde muito cedo ensinei-lhes que as mesas são locais interditos à gatas, embora tenha a certeza que na minha ausência deve ser uma grande farra. Quando estou por casa, não se atrevem. Por exemplo se levo um tabuleiro com alguma coisa para comer é um luta de forças, porque acham sempre que estão no direito de com a pata devem tirar um pouco, nem que seja para brincar. Apesar dos esforços, este continua a ser o principal mal. Quando vai lá alguém a casa, fogem para debaixo da cama, passado algum tempo vêem para a sala socializar o que para elas é saltar para o colo e encher as visitas de pêlo. Adoram os sacos e cheirar os sapatos. Por vezes ficam-se nos puffs, suplicando mimos, o que regra geral funciona sempre.
Questões como mau hálito não as preocupa, mas mim incomoda. Gostaria tanto que mascassem chiclets já que aventura e lhes lavar os dentes me parece algo semelhante a filme de terror. É que apesar do ar doce, elas têm umas unhas bem pontiagudas...E a dona garbo gosta de se aproximar do meu rosto e cheirá-lo e dar-me uma turrinha no nariz, é um gesto de afecto que me faz quase trocar os olhos, o que para ela deve simbolizar carinho, mas no fundo é outra cosia. Regra geral sinto o hálito intenso de gata que desconhece o objecto escova de dentes e pasta, mas como mãe humana suporto e não lhe "digo" nada. Antes a gata do que eu...
07/07/07
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