20/05/08

Peripécias na estrada

Confesso que estou a escassos passinhos de me transformar numa tia super cola, pois quase todos os dias tenho ido visitar a minha sobrinha. Ela ainda não tem discernimento para se aperceber da minha presença e de me dizer: baza! Portanto tenho de aproveitar estes momentos diários de pura contemplação, porque a minha sobrinha é um "docinho" de menina que só dorme e come e de vez em quando nos espreita com um olhar meio confuso de quem obviamente só vislumbra sombras...
Tenho tido algumas peripécias na estrada a caminho da casa dos papás, pois ou sou eu que vou em cima da hora, isto é, com muita pressa e pouca paciência e, logo, implicativa, ou então entre as 10h e as 12h é dada autorização a todos os azenhas de maia e arredores a cruzarem-se no meu caminho. É um fulano que decide ir a 30 km/ hora e olhem que não exagero, pois olhei imensas vezes para o conta-quilómetros. Tudo isto em vias de dois sentidos cheias de curvas sinuosas em que uma ultra-passagem está fora de hipótese, pois é muito arriscada... Mas para mim o cúmulo foi um fulano andar sempre a dar sinal ora para a esquerca ora para a direita como se fosse mudar de direcção travando constantemente e não é que chegando a um cruzamento, logo no início pára na via e não é que vejo do outro lado um grupo de velhinhas, ok vou moderar linguagem, senhoras com idades que francamente ultrapassavam os 70, mas pelo caminhar parecia rondar antes os 90 anos. fiquei super stressada e com vontade de sair do carro e transportá-las ao colo se necessário para serem mais rápido, uma delas toda airosa, usava o guarda-chuva como bengala e gesticulava-se bastante, toda divertida à conversa. Apetecia-me mesmo dizer "senhora, por favor, fale no carro...eu quero chegar hoje ao meu destino". Na verdade queria dizê-lo versão "peixeirona" com mãos nas ancas vociferando e espalhando perdigotas, mas isso faria de mim uma pessoa genuinamente desiquilibrada, coisa que num sou apesar destas ideias loucas e muito tentadoras.... Outra fantástica logo, uns metros a seguir foi de um casal de namorados andarem em plena rua, como se de uma viatura se tratasse. Eu sei que o amor nos deixe loucos, mas ao ponto de confundir uma estrada com o passeio e de não se paerceberem da agitação rodovária, por favor...não conheço amor assim. Que fiz? Apitei, utilizando a buzina, claro está... a minha dor de corno não dá ainda para me transformar em objectos inanimados...e sabem como reagiram eles? Susto? Medo? Raiva? Estupefacção? NÃO?! UM sorriso enorme daqueles que nos fazem ficar sem palavras...terrivelmente felizes e àquela hora da manhã e eu com pressa e com vontade de os fuzilar, na volta também sorririam se lhes apontasse uma arma. Como vêem sou insuportável e insensivel perante pessoas com idades séniores, morosidade motora e acima de tudo...apaixonadas. Chego ao meu destino e vejo um bebé dormindo e espreguiçando e lá se vai o mau humor só mesmo agora recuperado para escrever este post...a sério, as crianças fazem milagres,,,

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