17/03/08

Nicotina, uma relação cada vez + estranha

Quem em conhece sabe que deixei de fumar de um momento para o outro e que estive anos e anos sem tocar num cigarro. Mas ultimamente tem me dado para fumar um cigarrito de vez em quando. às vezes 3 ou 4 se o meu companheiro/a de fumo for um amigaço e me incentivar a partilhar mais nicotina. Normalmente este fumarejo surge depois de um jantarzinho ou então na toma de café de uma amiguito fumador que após conversa intensa e bem humor surge a mensagem tenebrosa: agora até ía bem um cigarrito. É vergonhoso e não sei o que se passa comigo, porque passou dias sem pensar em tabaco, não é vicio.... e se me derem um cigarro para fumar mais logo, não me dá prazer nenhum. Eu gosto é de fumar acompanhada por alguém que fume, tipo social...E depois pós tabaco pareço uma neurótica ao tentar disssimular o cheiro que fica nas mãos. Lavo-as umas dez vezes e fico completamente cismática que mal chegue a casa tenho de tomar banho para aniquilar cheiro. O curioso é que quando era fumadora não tinhas estas "pancas".
Nunca compro tabaco, eu sou mesmo uma crava, uma daquelas que só pede de vez em quando para não ser apontada como aquela que fuma graças aos outros. às vezes dizem-me queres vir fumar um cigarrinho. E eu respondo não. Faço-o muitas vezes...o que me faz pensar que até controlo esta necessidade... Sei se começo a comprar tabaco, fumo com mais regularidade, provavelmente passo a fumadora.
Passo a vida a prometer a mim mesma que não volto a fazê-lo, que foi só desta vez, etc e tal... a sério, já passei por 30, não deveria ter ganho juizo....? Ao que parece com a idade pioro. Vou tentar convencer-me que é uma fase e que um dia destes consigo dar um corte radical neste tendência. Até lá é ver-me a dar toque a amigos fumadores e perguntar se posso ir lá fumar um cigarrinho...fica barato, fica.... daqui a pouco surge a incógnita se os procuro por tabaco ou companhia...ehehehehehehe

Sentir-me regador

Há períodos nas nossas vidas em que inevitavelmente sentimos a proximidade das lágrimas sem aviso prévio, aliás quase no preciso momento em que elas caem como em catadulpa pelo rosto, fazendo-nos sentir impotentes e muitas das vezes ridiculos. Na verdade, não me posso queixar e tentei tirar proveito desta fase, pois foi a oportunidade de saber qual a sensação de se ter incontinência - não urinária - mas sim lacrimal. Era acordar de manhã com um aperto no peito e chorar antes do pequeno almoço e durante o dia, aproveitando uma ida à casinha de banho...Choramingar ao deitar era o meu favorito, aproveitava o duche e era água por tudo que é canto...
Foi um estágio intenso e profícuo. Quase me transformei num regador. As lágrimas eram de tal forma proeminentes que encharcavam literalmente a roupa e me queimavam o rosto. Temi pela minha "cútis", pelo surgimento de rugas. Comprei valdis para relaxar, enchi frigorifico de guloseimas, evitei filmes lacrimejantes, enchi a minha agenda pessoal para todo o tempo que ficasse em casa se resumisse ao acto de me deitar. Mesmo assim senti o meu coração dilacerado, como se tivesse desenhado numa folha de pele que foi rasgado em pedacinhos minusculos.
Tive quase duas semanas em que o meu humor andou oscilante, pois lutei que nem uma cavaleira andante para que o sorriso se mantivesse. Menti desalmadamente alegando que andava muito cansada e que dormi mal...a verdade é que a tristeza se instalou no meu coração sem vontade alguma de se retirar.
Tomei uma decisão. E as mudanças causam sempre sentimentos contraditórios. Mas sei que estou a fazer o correcto e o melhor para mim.
E apesar de disfarçar as olheiras profundas e os papos debaixo dos olhos, o que me fez desenvolver novas técnicas e conhecimentos de maquiagem, há algo que descobri. Sou demasiado limpida e não há cosmética que dissimule o que se passa cá dentro, o que pode ser bom, mas também muito mau...péssimo aliás... Ando obviamente infeliz....
O que aconteceu para fixar neste estado? Tudo se resume ao facto que gosto demasiado de alguém que não quer gostar de mim.
Descobri que chegou a hora de desistir lutar por alguém que não sabe se me quer ou não.
Afinal a pessoa mais importante da minha vida sou eu e tenho-me esquecido disso, novamente....
Descobri que pode ser duro desistir, porque dói sempre, mas é o mais certo e o menos doloroso a longo prazo... Descobri que as lágrimas acabam por ser menos abundantes...e que por mais más experiências e desaires amorosos que venha a ter vou acabar por voltar a apaixonar-me sempre...por alguém super imaturo, que não sabe se me quer ou não... porque quando se nasce estúpida...morre-se estúpida e lá vou sendo feliz assim, pelo menos iludo-me que sim.
Venham os sapos e principes, tenho beijos para todos